Por mais representatividade!

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Houve um tempo em que se considerava um erro aumentar o número de vereadores na Câmara de Araucária. Cheguei a dizer que o problema de nossa cidade não era a quantidade de parlamentares e sim a qualidade deles. Continuo pensando que falta qualidade a alguns, porém no que diz respeito à quantidade, mudei de opinião. Ou melhor, evolui no meu pensamento.

A legislação brasileira permite que Araucária tenha até dezessete vereadores. Atualmente temos onze e, embora muitos neguem, há sim um movimento dentro do Legislativo para aumentar esse número para quinze. Eu agora defendo dezessete. Isso porque, independentemente do número de edis, eles continuam custando a mesma coisa para os cofres municipais. Exatamente: sejam onze, sejam quinze, sejam dezessete, a grana destinada ao parlamento é a mesma: 6% das receitas tributários e das transferências correntes. Em nossa cidade, algo em torno de R$ 30 milhões. Grana pra caramba!

Só para se ter uma ideia, a vizinha Contenda tem nove vereadores e um orçamento de R$ 1,5 milhão. Nós temos onze e um orçamento de R$ 30 milhões. Aliás, ainda como comparação, nosso Poder Legislativo custa mais do que Contenda inteira, cujo orçamento estimado para este ano é de R$ 29,9 milhões. Talvez, aliás, proporcionalmente devemos ter uma das câmaras mais caras do Brasil, quem sabe até do mundo.

E é justamente por conta desta fábula de dinheiro concentrada na mão de onze vereadores, que considero salutar aumentarmos as cadeiras em nosso Legislativo. De cara, pelo menos, já promoveríamos uma melhor distribuição de renda naquele poder. Ao dar emprego para mais seis araucarienses, necessariamente a estrutura dos atuais edis teria que ser redistribuída e diminuída. Isso criaria parlamentares menos poderosos, mais próximos da comunidade que os elegeu. Ao mesmo tempo, quem sabe, esses homens públicos não seriam tão sedentos pela permanência no poder, já que a estrutura à sua disposição não seria tão sedutora.

Do mesmo modo, quem sabe, com mais vagas em jogo, não teríamos mais chances de encontrar mais pessoas verdadeiramente interessadas em representar os moradores da cidade, o que – por consequência – aumentaria os setores de nossa sociedade representados no poder que, originalmente, foi criado para ser a caixa de ressonância dos anseios do povo. Enfim, quem sabe, valha à pena tentar algo diferente, já que não vamos gastar nada a mais com isso mesmo.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até semana que vem!

Texto: Waldiclei Barboza

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