Prefeitura anunciou ações, mas feirantes estão cabreiros

Impasse entre feirantes e Prefeitura pode estar longe de acabar
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Prefeitura anunciou ações, mas feirantes estão cabreiros
Impasse entre feirantes e Prefeitura pode estar longe de acabar

 

Desde que a Prefeitura anunciou sua proposta de mudanças para a Feira Gastronômica de Araucária, os feirantes perderam o sono. Entre as intervenções está a definição de um novo espaço, com um novo processo de seleção dos feirantes, alterações que atenderiam os requisitos legais acordados com o Ministério Público. Diante dessa notícia, o presidente da Associação dos Feirantes, Marcos José da Silva, procurou a reportagem do Jornal O Popular para falar do descontentamento da classe e expor a real situação que enfrentam hoje. Segundo ele, a feira existe há 30 anos, e nesse período, independente dos locais por onde passou, sempre foi alvo de críticas, seja por parte dos vizinhos, comerciantes ou até mesmo dos motoristas, por conta das alterações no trânsito, que muitas vezes foram necessárias.

“A feira sempre foi jogada pra lá e pra cá, sofreu com a chuva, vento, frio, devido à falta de cobertura. Finalmente depois de muitos anos, em gestões passadas, conquistamos o direito de permanecer na área do terminal central. Primeiramente com uma estrutura precária, que depois recebeu adaptações, tornando o local confortável, tanto para os feirantes quanto para o público. A feira sempre foi um ponto de encontro das famílias. Infelizmente nos últimos anos começaram as conversas de que teríamos que sair do terminal, primeiro porque não pagávamos contas de água e luz, isso porque nunca nos cobraram isso, mas a situação foi resolvida. Depois nos cobraram sobre as pendências nas documentações necessárias para podermos vender nossos produtos, o que também foi regularizado. Agora a Prefeitura voltou a tocar no assunto”, argumentou Marcos.

Segundo ele, os feirantes não estão relutantes em ter que sair da área do terminal, eles apenas discordam da maneira como as decisões foram impostas, mesmo a Prefeitura tendo garantido que as mudanças seriam discutidas com os feirantes, e que não havia interesse em retirá-los daquele espaço. Disse ainda que um dos argumentos teria sido o fato de a associação impedir a entrada de novos feirantes. “Hoje somos em 20 feirantes, mas jamais impedimos a entrada de novos, pelo contrário, quando nos procuram, orientamos que entrem em contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e eles é que definem quem pode ou não entrar, e não a associação”, explicou.

Marcos comentou ainda que a proposta de levar a feira para outro local fixo, mediante licitação, não seria viável, já que a maioria dos feirantes não tem estrutura para participar do processo. Já a proposta de itinerância, interessa aos feirantes, desde que sejam seguidos alguns critérios. “Nesta terça-feira, 11 de setembro, levamos um ofício para o prefeito Hissam, com nossa proposta de transição para itinerante, e aguardamos a resposta.

Propomos quatro locais para receber a feira, isso porque a tendência é de que com a mudança, nossas vendas caiam bastante, e muitos feirantes sobrevivem única e exclusivamente disso. Importante lembrar que existe um decreto municipal de 2011, que aprova o regulamento das feiras livres volantes do município de Araucária para o comércio de produtos hortifrutigranjeiros, gastronomia e produtos gerais de utilidade doméstica e de uso pessoal, o que comprova que a feira não funciona irregularmente.

Para associação, o problema é maior do que parece ser

De acordo com a associação, a retirada dos feirantes do terminal central pode estar encobrindo um problema bem maior, que vai além da necessidade de uma licitação. “Procuramos ajuda de uma vereadora para intervir na nossa questão, esta entrou em contato com o Ministério Público para se inteirar do que estaria acontecendo, e descobriu que o terminal foi reprovado na última vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros, em agosto de 2017. O terminal não teria planta, não teria sistema contra incêndio e nem uma rota de fuga, falhas que podem levar a uma interdição. Se a Prefeitura tivesse aberto o jogo com os feirantes desde o começo, explicando que o motivo da nossa saída seria esse, as conversas teriam sido bem diferentes”, pontuou Marcos.

Foto: Everson Santos

Publicado na edição 1130 – 13/09/18

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