Problema sem fim!

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Dos inúmeros problemas existentes em Araucária, existe um que considero uma batalha praticamente perdida: zerar a fila por uma vaga nas creches da cidade.

Justamente por isso, fico incomodado ao ouvir nossos gestores prometendo por aí que irão criar não sei quantas mil vagas em centros municipais de educação infantil e coisas do gênero quando, na verdade, eles deveriam é estar preocupados em evitar que essas crianças nascessem. Exatamente: o problema não é falta de creches e sim o excesso de bebês nascendo.

Um gestor inteligente investiria pesadamente numa política pública de planejamento familiar. Esta sim é uma batalha que vale a pena ser travada e com chances reais de ser vencida. É preciso criar nas famílias araucarienses a cultura do filho planejado. Até o papa Francisco dias desses disse que os católicos não devem ficar procriando como coelhos. Ora, se até o papa, que não é favorável a métodos contraceptivos, dá uma orientação dessas, o que esses nossos políticos, que muitas vezes nem na igreja vão, estão esperando para atacar a verdadeira fonte do problema da falta de creches?

Para se ter uma ideia do tamanho do problema que é o excesso de crianças nascendo, só em 2014 vieram ao mundo em Araucária 2.462 bebês. Destes, 20 eram filhos de mães com menos de quatorze anos. As genitoras de outros 387 tinham entre 15 e 19. As mães da maior parte dos rebentos, 1.780, tinham entre 20 e 34. Já as mães com mais de 35 anos deram à luz a 275 crianças. Alguém aí arrisca dizer quantos dessas criaturinhas de Deus vieram ao mundo sem serem planejados? Bem, esse número não existe oficialmente, mas, com certeza, foram muitos.

Agora raciocinem comigo, boa parte dessas mais de duas mil fofuras, quatro meses após o nascimento, já precisa ir para um Cmei. Imaginemos que sejam mil (e eu acho que é mais) os rebentos que carecem de creche. Só aí estamos falando de uns quatro, cinco centros novos. Ora, é humanamente impossível para uma cidade construir, equipar e dotar de funcionários capacitados cinco novos Cmeis por ano.

Justamente por isso, creio eu, não existe alternativa a não ser inverter a lógica do jogo. Paremos de erguer creches e comecemos um trabalho sério e meritocrático de cultura ao planejamento familiar, que envolva as áreas de saúde, educação e assistência social. Não dá mais para os casais ficarem grávidos sem querer e simplesmente alegar que “já que Deus quis assim, vamos criar”. Deus não quis nada. Assim como a sociedade também não. As pessoas precisam entender e absorver que, embora, rosados, bonitinhos e fofinhos, os bebês dão muita despesa não só para a sua família, mas também para a minha e a de todo mundo.

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