Prostituíram os CCs

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Um dos grandes diferenciais da Câmara de Vereadores de Araucária com relação às demais casas legislativas do Paraná e até do Brasil é a estrutura que as excelências têm a seu dispor para realizar um trabalho de qualidade.

Aqui, cada edil tem a dispor de seu gabinete sete cargos em comissão: seis assessores parlamentares e um chefe de gabinete. Os primeiros recebem salário de quase R$ 8 mil por mês e o segundo, R$ 9 mil.
Convenhamos, é um soldo espetacular considerando os padrões brasileiros. Aqui, prezados leitores, me permito um parêntese para lembrá-los que, estranhamente, enquanto os assessores recebem oito, nove mil por mês, os vereadores propriamente ditos, ganham cinco mil, pelo menos oficialmente. Há, ou não, algo de errado nessa conta? Pensem aí e numa outra oportunidade falamos sobre o assunto, pois o assunto aqui é outro.

O assunto aqui é o modo como nossos nobres vereadores estão utilizando a estrutura que eu, você, todos nós, pagamos a eles. Ora, não é de se revoltar – por exemplo – a prostituição que se tornou o troca-troca de comissionados na Câmara de Araucária? Semanalmente, na maior da cara de pau, somos obrigados a ver nossos representantes promoverem mudanças aparentemente sem sentido em seus gabinetes. O sujeito que era nomeado como assessor parlamentar é exonerado e renomeado como chefe de gabinete ou num cargo na presidência da Casa, vice-versa e assim por diante.

Essas mudanças, embora as excelências não admitam, penso eu, não são feitas por conta de critérios técnicos. A razão é muito mais mundana, muito mais pecuniária. Em pleno século XXI, com a população se estarrecendo diariamente com a malversação de recursos públicos Brasil afora, em Araucária vemos exonerações de comissionados sendo feitas aparentemente em razão das verbas rescisórias que elas irão proporcionar. Exatamente! Demite-se o CC para que ele seja indenizado em férias não gozadas e décimo terceiro proporcional. Parece absurdo, mas não é. Como todos sabemos, anualmente temos o direito a trinta dias de férias. Se não as tiramos e somos mandados embora o patrão precisa pagar esses dias para nós. Na Câmara é a mesma coisa. Então, isso acaba se tornando um excelente negócio para o CC exonerado ou, vai lá saber, até para outras pessoas. Por exemplo, se um assessor parlamentar trabalhou seis meses e é exonerado, ele recebe de férias não gozadas, cerca de R$ 4 mil. É dinheiro público sendo jogado fora, pois – na prática – o sujeito não perdeu o emprego já que no dia seguinte ele será renomeado num cargo semelhante na mesma Câmara. Talvez seja eu o muito sensível, mas eis aí uma prática enojadora dessa nossa classe política.

E essa prostituição dos cargos em comissão não para por aí. Tem muito mais coisa, mas essa também é pauta para outra ocasião! Agora, me deixa ir fuçar os armários aqui de casa que preciso encontrar e tomar um Dramim que estou enjoado desses nossos políticos. Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br.

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