Que m%#da é essa?

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Fiquei a pensar se seria muito ofensivo colocar a palavra “merda” no título deste texto. Procurei alguns sinônimos, mas confesso que não encontrei nada que tivesse o mesmo impacto de “merda”. Então, optei por manter a “merda” no título. Até porque todo mundo já está utilizando a palavra. Dia desses, aliás, assistindo a novela Império, ouvi o comendador José Alfredo falando “merda” e sua equivalente em inglês “shit!”. E se a Globo já utiliza “merda”, é sinal de que ela está liberada.

Mas, superada a questão sintática, pergunto aos que me leem agora: que merda é essa mania da Prefeitura de locar imóveis e não utilizá-los para o seu fim? Como causa asco saber que parece não existir regras claras que definam esses contratos de alugueis, a não ser a conveniência política.

Ora, uma cidade que alardeia aos quatro cantos estar passando por uma crise financeira não pode locar uma casa caindo aos pedaços, gastar R$ 12 mil de aluguel ao longo de um ano e não utilizar esse imóvel. É muito desrespeito com o cidadão trabalhador deste Município. Do mesmo modo, não é aceitável que um prédio também caindo aos pedaços que já foi desocupado por um órgão público por não reunir as condições necessárias para abrigar um serviço tenha o pagamento de seu aluguel preservado sabe-se lá por qual razão.

Já passou da hora de revermos essa questão dos imóveis alugados pela Prefeitura, que custam – segundo menções feitas pelo próprio chefe do Executivo Municipal – algo em torno de R$ 3 milhões por ano. Hoje, por exemplo, ao locar um prédio, o Município gasta para adaptá-lo “malemá” para servir como repartição pública e quando o entrega despeja outro tanto de dinheiro público para recuperar as características originais do local antes de devolvê-lo ao seu legítimo dono. Exatamente, prezado, leitor, é isso o que você está pensando mesmo: que merda!

Isso para não falarmos que, convenhamos, esses imóveis locados atendem mal e porcamente o serviço a que se destinam. Um prédio que serve como sede da Guarda Municipal, localizado na Avenida Manoel Ribas, por exemplo, não tem acessibilidade alguma, as salas são pequenas, as escadas são extremamente íngremes e o local está num ponto cego da via. O mesmo se pode dizer de vários centros municipais de educação infantil que funcionam hoje em espaços locados. O que se vê são as crianças se adaptando aos prédios e não o contrário. Outro péssimo exemplo é o imóvel que serve de sede para o Centro de Atendimento Educacional Especializado – Área Visual (CAEE-AV), que funciona numa rua que sequer tem sinalização viária para deficientes visuais. E esses são apenas alguns dos casos.

É preciso urgentemente rever essa opção pela locação ao invés da construção. Uma cidade como Araucária já não pode mais improvisar seus locais de atendimento ao cidadão, já não pode mais querer compensar o apoio político recebido em troca de uma locação e assim por diante. Enfim, temos que parar com essa merda de politicagem com dinheiro público e voltarmos os olhos do governo a quem precisa: as pessoas!
Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até semana que vem!

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