Questão de exemplo

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A Câmara de Vereadores decidiu, esta semana, flexibilizar o controle de ponto dos cargos em comissão da Casa. A partir de agora, ao contrário, do que acontecia até então, caberá a cada chefia imediata decidir se os seus comissionados terão que fazer o registro biométrico de sua frequência ao trabalho.

Como quase a totalidade dos comissionados da Casa estão vinculados aos gabinetes, na prática, caberá a cada vereador decidir se seu assessor registrará o ponto por meio da leitura de sua digital ou não.

Talvez não haja ilegalidade na flexibilização do registro de ponto dos comissionados. Porém, mais uma vez, a Câmara perde uma boa oportunidade de “não mexer naquilo que estava quieto”, Ainda mais numa cidade como Araucária, onde a classe política não anda lá com a moral muito alta e ainda passa por um processo de cicatrização de feridas muito recentes, aquelas deixadas pela prisão de quase uma legislatura inteira, denúncias de repasses de parte de salários de assessores e apadrinhados de vereadores e assim por diante.

Logo, diante de todo esse quadro, o momento ainda requeria cuidado extremo à imagem que se quer passar ao cidadão pagador de impostos. Até porque a argumentação dos defensores da flexibilização é frágil. Ora, dizer que o registro do ponto “engessa” o trabalho do assessor é absurdo, ainda mais numa cidade como Araucária, cujos extremos não estão a mais de quarenta minutos de distância. Não há plausibilidade na justificativa de que um assessor chega cedo, bate o ponto, vai para uma agenda externa e dela tem que sair as pressas para retornar a Câmara em tempo de registrar novamente o ponto e sair para o almoço. O argumento é sim risível e cai por terra quando se sabe que em casos específicos é possível sim justificar eventuais não registros da biometria por conta dessas situações excepcionais.

Enfim, de novo, a Câmara gasta energia boa com causas ruins. Uma pena!

Publicado na edição 1178 – 29/08/2019

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