Regra de Ouro

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O sábio chinês Confúcio (551-497 a.C.) formulou a famosa regra de ouro: “Nunca faças aos outros o que não gostarias que te fizessem”. Um dos seus discípulos assim explicou essa regra, “o caminho de nosso mestre se resume nisto: aos outros o melhor de si e consideração”. Cada indivíduo deveria relacionar a própria experiência com a dos outros diariamente, o dia inteiro. O individuo realmente humano está voltado para os outros, e não para seus próprios interesses. Significa deixar de lado o ego por consideração aos outros, o que pode nos levar a uma dimensão da existência que transcende nosso estado normal de apego ao eu. Isso se chama compaixão, ou seja, sair de si mesmo e sofrer com o outro, colocar-se no lugar dele, sentir sua dor como se fosse minha e generosamente entender o seu ponto de vista.

A regra de ouro nos convida a deixarmos o nosso eu em segundo plano, e colocarmos o outro acima de tudo em nossa existência. A compaixão nos impele a trabalhar incansavelmente para aliviar o sofrimento de nosso próximo, a descer de nosso trono, no centro de nosso mundo, e ali colocar outra pessoa, e a honrar a inviolável santidade de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem exceção, com absoluta justiça e respeito. Quantas vezes fechamos nossos olhos e o nosso coração à dor do outro, e ficamos implacavelmente fechados em nosso próprio mundo e somente nas nossas próprias necessidades. Vivemos em função dos bens materiais, do poder e daquilo que nos compensa emocional ou materialmente. Vivemos a lógica daquilo que me convém, indiferentes àquilo que o outro necessita. Estamos então somente interessados em status, poder, controle, território, sexo, ganho e sobrevivência individual. Agindo assim, deixamos de ser humanos e nos tornamos animais, somente preocupados com a sua própria vantagem.

Pensar no bem do outro é viver a lógica do evangelho, que nos ensina a amar e servir, em vez de ser amado e de ser servido. São Francisco de Assis escreveu um belo poema sobre a paz, e ela só é possível se colocarmos o outro em primeiro lugar. Amar em vez de ser amado; perdoar em vez de ser perdoado; dar em vez de receber. Essa é a lógica do evangelho e que com certeza mudaria completamente o rumo do nosso mundo. O grande mal que nos assola é o egoísmo, o individualismo, que nos faz pensar somente naquilo que possa nos favorecer. É assim o mundo da política, das relações, inclusive das religiões. Dizia Dalai-Lama, que “pouco importa se uma pessoa é religiosa. Muito mais importante é que seja um bom ser humano”.

O mundo seria muito melhor, muito mais humano, se fossemos capazes de pensar no outro, sermos mais altruístas e compassivos. Com certeza não haveria tanta ganância, inveja, busca de poder, cobiça, desejo de vingança, ódio ou aversão. Saberíamos respeitar a opinião do outro, a sua diferença, o seu modo de pensar, de professar a sua fé. Infelizmente, todo fanatismo implica no fechamento a si mesmo, às suas próprias ideias como se fossem sagradas e as verdadeiras. O contrário se transforma em perseguição, calúnia, destruição. Que triste esse nosso mundo, tão distante da regra de ouro!

Sempre trate os outros como você gostaria de ser tratado. Nossa preocupação deve estender-se a todos, até mesmo aos inimigos. Seja a diferença que você quer no mundo. Faça aos outros aquilo que você gostaria que fizessem para você. Se você quer um abraço, primeiro abrace; se quer um elogio, primeiro elogie; se quer ser bem falado, fale bem dos outros; se quer um bom ambiente, seja uma pessoa positiva. Essa é a regra de ouro.

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