Renovar as Esperanças

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Se existe algo que me faz sofrer é minha irritante mania de querer acompanhar reuniões e eventos públicos que acontecem em Araucária. Sejam as sessões plenárias da Câmara, sejam reuniões de comissões permanentes daquela Casa, sejam audiências públicas de prestação de contas, sejam reuniões de conselhos de controle social, conversas convocadas para discutir problemas do momento e assim por diante.

Invariavelmente saio de encontros como esse mais descrente de que estamos avançando enquanto sociedade do que quando cheguei. Só isso já deveria fazer com que eu não quisesse ir ao próximo evento do tipo. Porém, minha crença no ser humano tem a mania chata de se renovar diariamente e lá vou eu novamente participar da próxima chamada pública.

Muitas vezes, sentado numa cadeira qualquer dos locais onde estes eventos estão sendo realizados me pego a pensar que, ao contrário do comodamente fazemos questão de afirmar, a legislação brasileira criou as mais variadas formas de podermos participar do Estado, acompanhando as ações do governo e dando pitacos para que possamos avançar enquanto cidade, estado, país. Nós é que simplesmente jogamos essas responsabilidades no colo de terceiros, talvez até para nos livrarmos do trabalho.

E como em nossa sociedade não há lugar vago, o espaço que deixamos de ocupar é facilmente ocupado por outra pessoa. Alguém nem sempre imbuído das melhores intenções para a coletividade, mas com uma vontade louca de melhorar suas próprias condições de vida. Só isso explica que as mesmas pessoas estejam sempre querendo participar de todos os espaços ditos públicos criados pelo Estado na busca de aumentar o chamado controle social.

Dia desses mesmo, durante a eleição para o Conselho do Plano Diretor, um dos instrumentos mais poderosos existentes hoje em Araucária no que diz respeito à definição daquilo que queremos para nossa cidade, basicamente o que vimos foram as mesmas pessoas de sempre “disputando” os cargos disponíveis à sociedade civil. Sujeitos, aliás, que são sempre os mesmos que vemos participando de outros conselhos municipais. Sujeitos, aliás, que são sempre os mesmos que vemos participando de associações de bairro e assim por diante.

Talvez essas pessoas não tenham se dado conta, mas só o fato de serem sempre elas participando dos mesmos movimentos há anos, décadas, é a prova cabal de que o trabalho que eles realizam não é bom, não é inspirador. Afinal, se o fosse, mais e mais pessoas estariam aí brigando até para poderem participar desses grupos de controle social. Essa falta de inspiração, aliás, é algo que vemos também em nossa política municipal, onde, salvo algumas exceções, são sempre os mesmos a ocupar os cargos no Executivo e no Legislativo, mas isso é assunto para outra oportunidade. Por enquanto, e de novo, busco renovar minhas esperanças para o próximo evento público. É o que me resta!

Boa semana a todos. Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br.

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