Representantes do Banco Mundial visitam Araucária

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Um dos locais visitados pela comitiva do BIRD e da Prefeitura foi a ocupação irregular do Arvoredo. Lá, eles conheceram o pequeno Josuel

Os vereadores de Araucária aprovaram recentemente o Projeto de Lei que autoriza a Prefeitura a contratar empréstimos de até U$ 20 milhões junto ao BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), que é uma das cinco instituições que – juntas – formam o Grupo do Banco Mundial.

Com o aval dos vereadores, a Prefeitura intensificou os trabalhos junto aos representantes do Banco para agilizar a assinatura do contrato e liberação do dinheiro. Esta semana, inclusive, representantes do BIRD vieram de Washington, nos Estados Unidos, para vistoriar alguns pontos da cidade. “Esta foi a segunda missão dos representantes do BIRD em nossa cidade. A primeira visita aconteceu em novembro do ano passado e serviu para eles conhecerem nossa malha viária”, disse o secretário municipal de Planejamento, João Caetano Saliba Oliveira. Nesta semana, segundo o secretário, a visita dos representantes da instituição financeira foi voltada para questões ambientais. “Eles também visitaram algumas áreas de ocupação irregular de nosso município”, acrescentou Caetano.

Entre as áreas visitadas por Ricardo Rietti, Cristhophe Herniou e José de Arimatéia, todos funcionários do BIRD, na última quarta-feira, dia 3, estava a ocupação irregular do Arvoredo, que ficaram espantados com a situação do local.

Durante a visita, os representantes do BIRD conheceram o pequeno Josuel de Jesus Silva, 11 anos, morador da região. Curioso, o menino logo se aproximou do grupo. Quis saber do que se tratava a visita. Em poucos minutos, ele se tornou o guia da comitiva e “desatou” a falar sobre as necessidades da localidade. “Tem que dar um jeito nestes fios que ficam ali”, disse, apontando para o emaranhado de fios que servem para levar a energia elétrica, desviada da Copel, até os pequenos barracos da ocupação. “Tá precisando de ônibus aqui também”, continuou, acrescentando ainda que o local precisa de pavimentação. Questionado por um dos funcionários do Banco sobre sua família e a escola, Josuel desatou a falar de novo. “Moro aqui neste terreno da esquina”, disse apontando para uma pequena casa na esquina, com uma placa escrita “vende-se”. “Moro com meu pai e minha mãe. Mas estamos vendendo a casa”, completou. Em tese, a casa da família do pequeno Josuel não pode ser vendida. Ou melhor, ela nem devia ter sido construída, já que está numa área de preservação permanente.

Josuel se despediu da comitiva formada por representantes do BIRD e da Prefeitura e seguiu para casa. Ele é o filho mais novo de um total de quatorze. Tem onze anos e está na 3ª série. Ele não sabe ainda, mas o dinheiro do BIRD não poderá ser investido na ocupação do Arvoredo, afinal ela é irregular e tentar regularizá-la, como já fizeram outros prefeitos em áreas próximas daquela, seria, no mínimo, uma irresponsabilidade.

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