Sempre nas cordas

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Sabe aquele boxeador que concentra seu estilo de luta em esperar ser atacado para só então revidar? Então, este me parece ser o estilo de governar da atual administração. Ela está sempre nas cordas, apenas reagindo aos golpes que leva. Falta uma agenda positiva, utilizando um termo da moda, para o prefeito Olizandro José Ferreira e seus comandados.

Nenhuma administração incapaz de antever as crises, de se antecipar aos problemas será vitoriosa. Pode até – no final das contas – superar as adversidades, mas terá pouco o que comemorar. Afinal, como comemorar ter vencido uma briga se você saiu dela todo arrebentado, sem energia suficiente para iniciar uma nova luta?

Nesta gestão, por exemplo, já vimos o prefeito apanhar feito cachorro na corda quando do fechamento do Hospital Municipal de Araucária (HMA), lá em 2014. Apesar da surra inicial, a situação foi revertida e posteriormente o local aberto. Ele comemorou a reabertura, mas será que com um pouco mais de eficiência na gestão, não dava para ter evitado as bordoadas que levou?

O mesmo se viu mais recentemente no caso do final da integração do transporte coletivo entre Araucária e Curitiba. Se, no final das contas, a Prefeitura encontrou uma forma de conveniar com o Governo do Estado para manter a passagem única, por qual razão não discutiu essa alternativa antes?

Agora, nestes episódios envolvendo as negociações com o funcionalismo municipal por conta da data-base, se – no final das contas – a concessão da reposição da inflação seria mesmo concedida, por que deixar os sindicatos provocarem a discussão? Não seria mais inteligente se antecipar a eles e conduzir as conversas ao invés de se deixar ser conduzido por elas? O mesmo se vê nas conversas com a Guarda Municipal em relação ao aumento da gratificação por conta do risco de vida. Ora, se já havia o entendimento de que ela seria concedida assim que os índices de gastos com pessoal permitir, o que justifica esperar que a corporação cogitasse um motim para só então chamá-los para conversar. E esses são apenas os exemplos mais óbvios. Existem vários outros.

Embora tenha trinta anos de vida pública, Olizandro parece ter dificuldade em entender que não dá para governar uma cidade como Araucária durante os quatro anos de mandato apenas reagindo às crises, sendo incapaz de tomar para si as rédeas da situação. Voltando ao exemplo inicial, até pode ser uma estratégia ficar nas cordas, levando porrada e dando contragolpes. Porém, corre-se o risco de – a qualquer momento – levar um soco bem dado na ponta do queixo e ser levado a nocaute.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br! Até uma próxima!

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