Jornalismo irresponsável

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Já não bastam todas as acusações que o Magistério enfrenta ao longo desses anos, nas matérias que mais expressam a opinião de editorialistas do que conteúdo e informação sobre as condições de trabalho nas escolas e Cmeis municipais, ainda precisamos nos defender de insinuações a respeito da integridade moral dos nossos profissionais.

O Jornal O Popular errou a mão na edição de sexta-feira, dia 6, ao noticiar acerca de um suposto “tarado” que circula nas proximidades da Escola Irmã Elizabeth Werka e que teria se identificado como novo professor de Educação Física. A matéria deixou de esclarecer que os profissionais daquela unidade não têm nada a ver com essa história.

Deixou de se preocupar com o impacto da informação na comunidade e de como isso poderia afetar a vida de profissionais dignos que atuam naquela escola. E não é a primeira vez. O jornal já veiculou de maneira irresponsável matéria sobre professor que supostamente teria praticado abuso sexual. Nada foi provado até agora e o professor sofreu danos psicológicos e morais que o levaram ao adoecimento.

O recente caso de uma mãe de família que foi confundida com uma “bruxa” e espancada até a morte pela população, no litoral paulista, nos dá conta do perigo de acusações sensacionalistas por parte da mídia. Acabam estimulando a prática da “justiça pelas próprias mãos”. E quando a gente se dá conta, uma pessoa é agredida porque alguém disse que era suspeita de um crime.

O título da matéria “O Tarado do Werka” vincula o suposto pedófilo e assediador à escola. Ao afirmar que o mesmo se apresenta como o novo professor de Educação Física, exige que os profissionais daquela unidade se defendam de crimes que nunca cometeram e que não têm qualquer relação com eles. Como ficam a vida, a moral e a dignidade das pessoas que de uma hora para outra são colocadas sob suspeita por ilações?

Que a polícia investigue e prenda os assediadores o quanto antes, pois as meninas correm um sério risco. Fatos como esse não podem continuar sendo banalizados ou tratados como piada. Mas também é preciso que sejam desfeitos os equívocos provocados pelo amadorismo jornalístico. E que o Jornal O Popular se profissionalize, investigando o que publica e tratando a informação com mais cuidado e menos sensacionalismo.

A liberdade de expressão é uma conquista cara para a sociedade brasileira e, justamente por isso, preservá-la com a verdade e com a seriedade é um dever de cidadania.

Sismmar
Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária

 

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