É o povo que padece

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Na semana passada os rumores sobre a suposta cassação do prefeito Olizandro Ferreira provocou verdadeiro “frisson” entre aliados, adversários, servidores e população.

Uma simples postagem em rede social foi o suficiente para mobilizar várias pessoas em torno da suposta cassação. Infelizmente para uns e felizmente para outros, tratou-se de uma falsa informação, mas bastou para reacender o debate sobre a situação de Olizandro e uma guerra de informações e explicações foi travada.

Mas pouco é levantado sobre as acusações que pesam sobre Olizandro e que o tornará ou não inelegível. O prefeito está sendo acusado de conceder aumentos salariais irregulares aos vereadores, quando exerceu o mandato de presidente da Câmara Municipal, em 1999.

Olizandro já passou por outras saias justas, como quando se tornou prefeito em 2004, após Albanor Zezé renunciar para fugir da cassação, poucos dias antes da eleição. Nem sequer houve tempo necessário para alterar o nome nas urnas eletrônicas. Ao assumir, Olizandro rompeu parcialmente com o grupo de Zezé, administrou a cidade e provocou muitos conflitos com os servidores, especialmente do Magistério.

Além disso, teve seu mandato permeado pelo escândalo dos cargos comissionados “fantasmas” ganhando repercussão nacional. Já em 2008, sob acusações de traição a Albanor, Olizandro perdeu as eleições para o candidato tucano. Desde 2001, “Os Ferreiras” se revezam no comando da cidade. Zezé inelegível e Olizandro com o risco de seguir o mesmo destino.

Trata-se de uma falsa polarização política. Oposição e situação se confundem num parasitismo político e ideológico há anos. Muitos cargos indicados permanecem nomeados, ora no Legislativo, ora no Executivo. Por mais de uma década foram mantidas formas muito semelhantes de administrar a cidade.

É muito confortável imputar a responsabilidade da suposta crise financeira e administrativa aos servidores, que na imensa maioria das vezes, apenas cumprem ordens. Ou responsabilizar a população, desprovida de informação, de espaços de intervenção ou de possibilidades de ter sua voz ouvida. Ou ainda, acusar os sindicatos de corporativismo, quando muito do que vem sendo tratado pelo conjunto destes trabalhadores, estudantes e moradores não corresponde aos interesses dos empresários, políticos, especuladores imobiliários e financiadores de campanha e é simplesmente ignorado na formulação das políticas.

Anos de má administração não podem ser imputados à população. É responsabilidade de quem foi eleito e recebeu muito bem dos cofres públicos pra isto.
 

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