Na terça-feira, 28 de março, o prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) convocou uma entrevista coletiva com a imprensa local para informar que a Prefeitura havia conseguido quitar todas as dívidas que herdou da gestão que o antecedeu.
Ao todo, segundo informações da própria Prefeitura, a herança maldita beirava os R$ 60 milhões. Montante que foi reduzido um pouco após negociações com os fornecedores do Município. Nesta semana foram pagos os últimos R$ 15 milhões que ainda estavam pendentes.
Sem dúvida, a notícia dada pela Prefeitura é excelente e precisa ser celebrada. Afinal, assim como o Município deve exigir que seus fornecedores sejam sérios e prestem um serviço adequado, quem compra também precisa ser sério e adequado e isto passa necessariamente por pagar em dia o que deve.
No entanto, em que pese ser correto comemorar o pagamento do passivo herdado, é imprescindível que o Município mantenha constante a vigilância sob as contas públicas. Isto porque, nunca é bom esquecermos, a Prefeitura recebeu uma ajuda e tanto do Governo do Estado neste primeiro trimestre para poder pagar suas contas. Só a cota-extra de ICMS antecipado pelo governo Beto Richa (PSDB) à nossa cidade beirou os R$ 30 milhões, o que corresponde a praticamente um mês inteiro desse imposto. Para fins didáticos, é como se neste ano Araucária tivesse tido um 13º salário.
É óbvio que os méritos da gestão também são muitos, como ter segurado ao máximo a contratação de cargos em comissão, revisto o pagamento de algumas gratificações, apertado os gastos municipais e assim por diante. É mérito também, em termos fiscais e deixando de lado o impacto social/político das medidas, a interrupção do contrato precário que a Prefeitura mantinha com a empresa que gerenciava a linha Tupy-Pinheirinho, o fim do pagamento do abono para aposentados do Município e a revisão de vários contratos de natureza contínua que sangravam os cofres municipais.
No mais, é bom ressaltar que o trabalho só está começando e, se o objetivo for fazer desta cidade sustentável em médio prazo, ainda há muito que se fazer!
Pensemos nisso e boa leitura.
