Só o reajuste dos vereadores custará quase R$ 2 milhões na próxima legislatura

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Só o reajuste dos vereadores custará quase R$ 2 milhões na próxima legislatura

Mesmo com a repercussão negativa gerada pela aprovação em primeira votação, a maioria da Câmara decidiu manter o reajuste de mais de 60% ao salário dos vereadores a partir de 2021.

O projeto foi analisado em segunda votação nesta terça-feira, 10 de dezembro, e recebeu seis votos favoráveis e quatro contrários. Na semana anterior, o placar havia sido de 8 a 1 pelo aumento.

Votaram favoráveis ao reajuste dos atuais R$ 5.992,00 mensais para R$ 9.584,45 os vereadores Xandão (PSL), Celso Nicácio (PSL), Lucia de Lima (MDB), Claudinho do Açougue (Cidadania), Germaninho (PR) e Fábio Pedroso (PRP).

Já os contrários foram Fábio Alceu (PSB), Aparecido Ramos (PDT), Tatiana Nogueira (PSDB) e Elias Almeida (Cidadania). A presidente da Casa, Amanda Nassar (PMN) só votaria em caso de empate.

O aumento de R$ 3.592,45 representa um acréscimo superior a 60% e custará anualmente à Câmara a partir de 2.021quase R$ 475 mil. Ao longo de toda a próxima legislatura o custo será de R$ 1,9 milhão.

Dois mudaram de opinião

Aprovado em primeira votação em 3 de dezembro, a proposta de reajuste foi muito criticada pela comunidade araucariense ao longo de toda a semana. As reações foram tantas que dois edis refletiram e entenderam que a população tinha razão e, por conta disso, mudaram seus votos. Foram eles Fábio Alceu e Tatiana Nogueira. Elias Almeida, que não havia comparecido em plenário na semana passada, desta vez se fez presente e aumentou o coro pelo não. Aparecido Ramos se manteve firme na contrariedade ao projeto e se tornou símbolo dessa luta ao lembrar que, quando era catador de recicláveis chegava a viver com R$ 500 por mês e que, conhecedor da realidade da população, sentia vergonha em votar favorável ao mega reajuste.

Cair em tentação

Na sessão que analisou o projeto em segunda votação, o único que ousou defender a proposta de reajuste foi Fábio Pedroso. Trocando o dia pela noite, ele iniciou sua fala desejando “boa noite” aos presentes, muito embora ainda fosse 10h30. Em seguida, ainda questionou os edis que mudaram de opinião e ouviram o clamor popular, afirmando que havia um acordo pelo aumento assinado pela maioria dos parlamentares.

Fábio ainda fez um comentário, digamos assim, infeliz dando a entender que os vereadores precisavam ganhar mais para não serem corruptos. “Pela responsabilidade que temos e para que [os vereadores] não caiam em tentação, porque a corrupção está ali para tentar fazer as pessoas caírem em tentação”, pontuou. Em seguida, emendou: “eu nunca caí e nem nunca vou cair [em tentação]”.

Sanção ou veto

Aprovado em duas votações, o projeto seguiu para a Prefeitura, onde deverá ser vetado ou sancionado pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania). Caso o sancione, ele segue para publicação e a questão está encerrada. Caso o vete, o projeto retorna para a Câmara, onde os vereadores analisam a razão do veto e decidem se o mantém ou derrubam. Se ele for mantido, o projeto é arquivado e o salário dos edis fica sendo o de R$ 5.992,00. Caso ele seja derrubado, cabe a presidente da Câmara, Amanda Nassar, sancionar e mandar publicar a lei.

Texto: WALDICLEI BARBOZA

Publicado na edição 1193 – 12/12/2019

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