Subir a montanha e rezar

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Jesus tomou consigo alguns discípulos e subiu a montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto ficou transfigurado e as vestes ficaram plenamente brancas. Durante a oração, no meio das nuvens surgem Elias e Moisés e ele conversa com eles. Os discípulos, pelo contrário, dormiam. De repente eles se acordam, e vendo aquela cena maravilhosa, Pedro sugere que se façam três tendas: uma para Elias, outra para Moisés e outra para o próprio Jesus. Enquanto ele falava, a nuvem desapareceu, e eles voltaram à realidade. Jesus pede então que não contem nada para ninguém, até que ele ressuscite dos mortos.

Jesus, sempre antes de tomar grandes decisões na vida, ele se retira para rezar. É no encontro com Deus, aberto à sua vontade, que ele orienta toda a sua existência. Nesta cena da transfiguração, num momento de êxtase, num clima de profunda oração, ele se encontra com Moisés e Elias, os dois grandes personagens do AT. Moisés significa a lei e Elias, os profetas. No diálogo com eles, Deus vai revelando ao mundo o seu Filho amado como aquele que veio falar em seu nome. No momento em que eles desaparecem, começa o Reinado de Jesus Cristo. Ele supera Moisés e Elias, e é a partir de então, o revelador do plano do Pai para o mundo. Mas isto só se realizará plenamente passando pelo sofrimento com a morte na cruz, para ressuscitar depois, vivo e glorioso. É por isso que pede aos discípulos que não contem nada a ninguém de tudo aquilo que experimentaram, mas somente quando o Filho de Deus ressuscitar dos mortos.

Após esta experiência, onde ele antecipa a glória, Jesus desce a montanha e continua a sua missão aqui na terra. Aquele encontro com Deus incute nele uma força capaz de enfrentar todas as barreiras e adversidades que o esperam pela frente. Ele vai sofrer, mas vai ressuscitar glorioso, vencedor das trevas para mostrar ao mundo que a força da vida é mais forte do que a força da morte. E isto realmente aconteceu, pois, logo após a ressurreição de Jesus, eles vão se lembrar desta cena vivenciada no monte Tabor.

Assim como Jesus, a nossa vida é também marcada por grandes decisões. Para que elas sejam tomadas de modo profundo e nos possam deixar em paz, faz-se necessário retirar-se, silenciar e rezar. A oração ilumina a nossa vida e nos orienta para aquele caminho que Deus desde sempre traçou para cada um de nós. Não tenhamos dúvidas que a oração é capaz de fazer nas pessoas coisas extraordinárias. São Vicente de Paulo dizia: ‘dai-me um homem de oração e ele será capaz de tudo’. É claro, não podemos passar a vida inteira rezando e não fazendo nada para que a situação e a vida melhorem. Como Jesus, nós devemos subir a montanha para rezar e encher-se de Deus, mas depois, descer a montanha para enfrentar os grandes desafios da nossa existência.

Toda vez que participamos da santa missa, nós estamos subindo a montanha; quando rezamos no silêncio do quarto; quando rezamos o terço e nos afastamos da correria do dia a dia; fazemos a novena e participamos da via sacra, são momentos privilegiados de subir a montanha. Se o homem deixa de subir a montanha para rezar e encontrar em Deus luz e forças para a sua caminhada, com certeza, facilmente sucumbirá diante das dificuldades cotidianas. Pelo contrário, quando ele permite ser guiado pelo Espirito de Deus, deixar a voz de Deus falar em sua vida, saberá enfrentar os grandes desafios da sua vida. Precisamos subir continuamente a montanha e rezar. Seremos fortes e Deus será o nosso amparo e sustento.

 

Publicado na edição 1101 – 22/02/2018

Subir a montanha e rezar

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