Alzheimer: precisamos falar mais a respeito dessa doença!

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Falar sobre a doença de Alzheimer é uma questão de saúde pública. Isso porque segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de brasileiros possuem a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum o Alzheimer, que atinge sete em cada dez indivíduos em todo o mundo.

A OMS alerta ainda para a iminência do aumento desses diagnósticos, com o envelhecimento da população, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050.

Visando chamar a atenção da população para uma doença que afeta o cérebro de cada vez mais pessoas, instituiu-se o Dia Mundial do Alzheimer, que é 21 de setembro. E para esclarecer as principais dúvidas que as pessoas possuem com relação ao tema, o Jornal O Popular procurou a Dra. Juliana Nogueira, neurologista da Clínica São Vicente. Segundo ela, o cérebro de um paciente com doença de Alzheimer sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível, com morte de neurônios localizados principalmente em regiões específicas, responsáveis pela memória e outras funções cognitivas.

“Precisamos falar dessa doença que acomete principalmente pessoas entre 60 e 90 anos, podendo aparecer antes e também depois desta faixa de idade, porém com menor frequência. quando nos perguntam sobre as causas do Alzheimer, é difícil dizer, porque a medicina ainda não tem essa resposta. Porém acredita-se que seja causado pela idade avançada, pré-disposição genética, nível de escolaridade, doenças pré-existentes como hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e depressão”, esclarece.

Entre os sintomas que a doença pode apresentar a neurologista cita a perda de memória, dificuldade principalmente em lembrar informações recentemente aprendidas; problemas para completar tarefas que antes eram fáceis; dificuldades para a resolução de problemas; mudanças no humor ou personalidade; afastamento de amigos e familiares; problemas com a comunicação, tanto escrita como falada; confusão sobre locais, pessoas e eventos; alterações visuais, como problemas para entender imagens.

“O diagnóstico também não é tão simples, já que não existe um exame específico que indique se a pessoa é portadora de Alzheimer. O diagnóstico requer uma ampla avaliação médica, a qual pode incluir histórico médico da sua família, exame neurológico, testes cognitivos para avaliar a memória e o pensamento, exame de sangue (para descartar quaisquer outras possíveis causas dos sintomas) e exame de imagem cerebral”, aponta a médica.

Importante ressaltar que à medida que vamos envelhecendo, nosso cérebro muda e podemos, ocasionalmente, apresentar dificuldades para lembrar alguns detalhes. No entanto, a doença de Alzheimer e outras demências causam uma perda de memória e outros sintomas significativos, o suficiente para interferir com a vida diária das pessoas. Esses sintomas não são naturais do envelhecimento.

“A doença se divide em 3 fases, desde um estágio inicial, de menor dependência, até o estágio avançado, em que a dependência é total. A primeira fase (leve) dura aproximadamente de 2 a 3 anos, onde a principal característica é a memória alterada, desorientação, alterações da linguagem, aprendizado, concentração. A fase intermediária dura aproximadamente de 3 a 5 anos, com maior deterioração de memória, alterações no cálculo, julgamento, planejamento e abstração. As emoções, personalidade e comportamento social também podem ficar progressivamente alterados. Ocorrem alterações de postura, marcha e tônus muscular. O estágio avançado (grave) tem uma duração variável. As funções do organismo já se encontram mais gravemente comprometidas. A fala já está prejudicada. Mais comumente se observa incontinência urinária e fecal. Podem aparecer sintomas e sinais neurológicos grosseiros como rigidez, convulsões, tremores e movimentos involuntários. Esta fase evolui até o estado total vegetativo, culminando com a morte”, ilustra a neurologista.

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O Alzheimer é hereditário?

Se os seus pais ou irmãos desenvolverem Alzheimer, segundo explica Dra Juliana, você tem uma maior probabilidade de também desenvolver a doença do que alguém que não tenha um parente de primeiro grau portador de Alzheimer. “Os cientistas não compreendem completamente o que causa o Alzheimer nas famílias, mas fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida podem influenciar”, explica.

A perda auditiva também aumenta o risco de doenças cerebrais, como o Alzheimer em 27%. Nesses casos, a demência pode progredir mais rapidamente e aparecer mais cedo em pacientes com déficit auditivo. “Lembrando que o Alzheimer não tem cura e nem tratamento que modifique a história natural da doença. Porém, em alguns casos, é possível evitar o avanço da doença utilizando as terapias já existentes. O tratamento envolve o uso de medicamentos e terapias não medicamentosas, ou seja, que não se faz através do uso de remédios. Essa combinação de terapias atuais reduz o avanço da doença, com melhoras significativas da qualidade de vida”.

Média de vida

Os sintomas do Alzheimer pioram de forma progressiva. Mas, em média, o paciente vive mais 9 anos após receber o diagnóstico. “É importante ressaltar aqui que há outros fatores relacionados a essa expectativa e podem alterar consideravelmente essa média. É o caso de comorbidades ou estilo de vida do paciente. Então se você está suspeitando de Alzheimer e preocupa-se com o estado da sua memória, o ideal é consultar um médico para avaliar sua saúde. Se estiver preocupado com um parente próximo, como pai e mãe, ou um amigo, incentive a pessoa a se consultar o quanto antes para investigar a causa do problema. Muitas vezes a perda de memória é causada por outros fatores além da demência, estando relacionada com depressão, estresse, uso de certos medicamentos e outros problemas de saúde”, orienta a especialista.

Serviço

Consultas com a neurologista Juliana Nogueira ou demais especialistas da Clínica São Vicente poderão ser agendadas pelo telefone (41) 3552-4000 ou WhatsApp: (41) 98780-1440.

Edição n.º 1382

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