Nas últimas semanas, os alunos da rede municipal de ensino estão envolvidos em uma atividade diferenciada e muito importante: o exercício de abandono de prédio em caso de incêndio. O treinamento faz parte de um projeto de segurança da Secretaria Municipal de Educação, que já existe há anos, mas que agora vem ocorrendo com mais frequência. O objetivo é preparar profissionais e alunos de todas as 76 unidades, entre escolas, CMEIs e CMAEEs, para a necessidade de uma possível evacuação do espaço escolar.

“Muitos pais tem observado a movimentação de crianças saindo das escolas, movimento de barulho, de sinal, de alarme, e é justamente por conta desse treinamento de prevenção para uma possível situação de emergência com fogo. Feito por uma empresa terceirizada que passou por um processo licitatório, várias secretarias também estão realizando o treinamento, que consiste em 32 horas de formação, sendo 16 horas teóricas. É um exercício intensivo, os profissionais aprendem desde enrolar e desenrolar a mangueira de água, até as diversas situações que podem acontecer dentro de um ambiente educacional”, explica a secretária de Educação Adriana Palmieri.

Segundo ela, a SMED iniciou a segunda etapa de formação, que é a etapa de treinamento brigadista in loco, ou seja, as unidades estão simulando a evacuação do prédio. “É importante que os profissionais tenham essa formação juntamente com a equipe da empresa contratada por meio de processo licitatório, para que possam contribuir no treinamento. Também é importante que as crianças aprendam dentro do ambiente educacional, para que possam levar um pouco desse conhecimento para suas famílias, aumentando a rede de proteção”, destacou a secretária.

Ela lembra que a primeira vez que esse tipo de treinamento aconteceu nas unidades educacionais foi em 2019, depois vieram dois anos de pandemia, e no ano passado, houve uma adaptação no projeto de segurança da SMED, por conta da Lei Lucas (13722/18), que obriga as escolas, públicas e privadas, e espaços de recreação infantil a se prepararem para atendimentos de primeiros socorros.

“Os professores precisam estar preparados, porque são eles que vão coordenar a dinâmica, mostrar e orientar os alunos para onde correr. Através do curso, eles entendem a necessidade de conhecer a estrutura e a planta do colégio, no sentido de orientar os alunos a correrem para o lado certo, porque isso é vital numa situação de evacuação”, pontua a secretária.

Preparados para pedir ajuda

Paralelamente a isso, Adriana lembra que os profissionais estão treinados ainda para acionar o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Guarda Municipal, a Polícia Militar, Departamento de Trânsito, dependendo qual for a situação de evacuação. “Esse treinamento não é voltado para ataques em escolas neste primeiro momento, mas a SMED tem um planejamento interno para também fazer um trabalho neste sentido, possivelmente no segundo semestre. Existe uma perspectiva de planejamento entre a SMED e a Secretaria de Segurança Pública, inicialmente a gente traçou um plano de ação em curto, médio e longo prazo”, declarou.

Escola é uma instituição pública e pertence à comunidade

Embora garantir um ambiente escolar seguro para os profissionais e as crianças seja prioridade, a SMED está atenta à linha tênue que existe entre uma escola segura e não uma “prisão”, porque um lugar muito fechado também dificultaria a fuga das crianças/estudantes em caso de necessidade.

“A curto prazo foi instalado o botão do pânico nas unidades, tanto pela Secretaria de Segurança Pública, quanto pela Polícia Militar. São ações conjuntas, pois várias outras secretarias nos auxiliam nesse processo, precisamos de todo esse suporte, porque não somos especialistas em segurança, nós temos apenas o público que necessita do treinamento e da formação, pois o maior tesouro da nossa sociedade está nas nossas mãos, o futuro do nosso País, as nossas crianças/estudantes”, diz a secretária.

Ainda nesse contexto, Adriana cita o PDDE Segurança, do governo federal, onde as unidades recebem um aporte financeiro para fazer melhorias dentro dos espaços escolares. Por isso, ela orienta os pais a dialogarem com os diretores e o conselho escolar de cada unidade sobre esse recurso do governo federal e a perguntarem o que pode ser melhorado dentro do espaço escolar. “Em resumo, nossos profissionais da educação são orientados para que em um possível ataque saibam como lidar da maneira mais adequada e possam, acima de tudo, proteger a sua vida e dos alunos”.

Edição n. 1369