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Gripe A continua gerando dúvidas e temor no povo

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Gripe A continua gerando dúvidas e temor no povo

Doença não perdoa nem as crianças, que exigem atenção especial


A gripe suína tem sido o assunto do momento nos noticiários, rodas de amigos, reuniões religiosas e sociais. São muitas as dúvidas com relação a este novo vírus, que está espalhando temor entre a população. Pessoas foram obrigadas a mudar suas rotinas seguindo orientação da Saúde, por conta do perigo de ser contaminadas. Escolas com aulas suspensas, eventos cancelados, bancos com controle de fluxo de clientes e álcool em gel e máscaras como materiais essenciais em empresas, comércio e repartições públicas. Além de tudo, ainda existe o medo de sair de casa, frequentar bares, baladas, shoppings, festas e até missas e cultos.   

A redação do Jornal O Popular recebe, quase todos os dias, ligações de pessoas buscando informações ou relatando algum fato referente à gripe suína, como o atendimento em postos de saúde, morte de alguma pessoa conhecida, distribuição de medicamentos, entre outros.

De todos os boatos que circularam até o momento sobre este novo vírus, como o possível fechamento de mercados, suspensão do transporte coletivo, distribuição da vacina, uso adequado do Tamiflu, as informações a que temos acesso são as divulgadas pelos órgãos de Saúde.  

O lado real

O fato é que se a doença é mesmo tudo isso que está sendo mostrado pela mídia, só quem já teve a suspeita de estar contaminado com o vírus é que sabe relatar o que passou. A representante comercial Daniella Amaral, 28 anos, começou a apresentar os sintomas da doença na terça-feira, dia 4, mas só foi procurar ajuda médica na quinta-feira, dia 6.

“Comecei a ter tosse e falta de ar, mas logo veio a febre e então resolvi procurar um médico”, relata. Foi aí que começou a sua luta contra a suposta doença. Apesar de não ter feito o exame para confirmar o diagnóstico e nem tomar o medicamento Tamiflu, Daniella ficou em isolamento domiciliar, tendo que usar máscara e orientada a não ter contato físico com os filhos de 4 e 6 anos. “Foi apavorante a sensação de estar contaminada e não poder tocar em ninguém”, diz. Durante os dias em que ficou isolada em casa, Daniella conta que foi monitorada por telefone pelos agentes de saúde.  

A dona de casa Juliana Cordeiro da Silva, 28 anos, também procurou atendimento médico com vários sintomas da doença: dor de cabeça, calafrios, febre, tosse e dores no corpo. Segundo ela, o médico receitou inalação e outros medicamentos para um tratamento de bronquite. “Mesmo assim eles disseram que se a febre não baixar em um dia eu tenho que voltar”, conta. 

A mãe do pequeno Inácio Neto Penkal, de 3 anos e meio, levou o filho ao médico porque ele começou a reclamar de dor de cabeça, tosse e febre. Ela conta que o médico fez um raio-X do pulmão da criança e receitou antibiótico e antitérmico, além do Tamiflu. “Eles  disseram que meu filho está com vários sintomas da gripe suína, mas não coletaram o exame e o Tamiflu só chega amanhã (hoje). Ele também deverá usar máscara para evitar o contágio, mas não recebi este material e nem o álcool”, disse a mãe.  

A primeira morte

No final de semana foi registrada a primeira morte possivelmente causada pela gripe suína em Araucária. A informação ainda não é oficial, mas a morte foi de uma moradora do bairro Maranhão, que estava internada há vários dias na UTI do Hospital Municipal de Araucária.

Segundo vizinhos da mulher, ela não tinha problemas de saúde e começou a apresentar os sintomas da doença de repente. Buscou atendimento médico no NIS e foi orientada a voltar para casa porque estava com uma gripe normal. Na segunda vez, buscou assistência médica em Curitiba e o diagnóstico foi bronquite, e também foi orientada a voltar para casa. “Naquela mesma noite a família teve que levá-la urgente ao médico, já passando muito mal e sua situação foi piorando cada vez mais”, relataram os vizinhos. 

As outras duas mortes suspeitas de gripe A registradas em Araucária foram de pessoas de fora que estavam internadas no HMA e uma jovem morreu em Curitiba, mas foi enterrada na cidade porque seus familiares moravam aqui. 

Sem pânico

Apesar das dúvidas, preocupações e incertezas, as autoridades insistem em pedir à população para manter a calma, no entanto, não significa que as pessoas estão livres de mudar o comportamento ao longo do dia. O primeiro é com a higiene e o segundo com o planejamento das rotinas de casa, caso alguém seja contaminado pelo novo vírus.