Oficialmente, candidatos fizeram campanha franciscana em 2016

O prefeito eleito Hissam Dehaini foi o que mais gastou, segundo o TSE
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O prefeito eleito Hissam Dehaini foi o que mais gastou, segundo o TSE
O prefeito eleito Hissam Dehaini foi o que mais gastou, segundo o TSE

Terminou nesta terça-feira, 1º de novembro, o prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para que os candidatos a prefeito a vereador entregassem sua prestação de contas relativas ao primeiro turno das eleições municipais deste ano.

Os dados podem ser consultados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e qualquer pessoa pode impugnar os números apresentados até esta sexta-feira, 4 de novembro.

Uma rápida olhada nos números mostra que as campanhas em Araucária foram, digamos assim, franciscanas, pelo menos oficialmente. Isso porque, somados, os candidatos a prefeito arrecadaram míseros R$ 1 milhão e gastaram pouco mais de R$ 950 mil nos quase cinquenta dias de caça aos votos dos eleitores araucarienses.

Parte da razão dessas campanhas paupérrimas é, sem dú­vida, das mudanças na legislação eleitoral, que proibiu que empresas financiassem candidatos. Além disso, também contribuiu para essa economia nas despesas a redução do tempo período eleitoral, principalmente dos dias de propaganda no rádio e na televisão.

Para se ter uma ideia da diferença entre o custo desta campanha e a de 2012, naquela havia cinco candidatos na disputa e, juntos, eles declararam receitas de R$ 2.524.316,03 milhões contra despesas de R$ 2.519.457,60. Veja no quadro abaixo os números da prestação de contas na última eleição.

Prefeito

Dos sete candidatos a prefeito, por exemplo, o que mais arrecadou e gastou foi o prefeito eleito, Hissam Hussein Dehaini (PPS). Oficialmente, ele declarou receitas da ordem de R$ 311.102,00 e despesas de R$ 289.101,43. Já a candidatura de Rivadal Padilha (PT) informou arrecadação de R$ 1.018,37 contra gastos de míseros mil reais. No quadro abaixo você confere quanto arrecadou e quanto gastou cada candidato.

Origem e destino

Eleito com mais de 37 mil votos, Hissam foi o principal financiador de sua campanha. Segundo os dados informados ao TSE, ele tirou do bolso R$ 293.402,00, o que corresponde a 94% de tudo o que ele arrecadou. As outras doações foram todas inferiores a R$ 2.000,00.

Ainda conforme dados do TSE, as principais despesas de Hissam foram com atividades de militância e mobilização de rua, que lhe custaram R$ 109 mil. Em segundo lugar esteve a produção de programas de rádio, televisão e vídeo (R$ 71 mil), seguido dos custos com publicidade de materiais impressos (R$ 41 mil).

Segunda colocada nas eleições, Rosane Ferreira (PV) também foi a principal financiadora de sua campanha, com R$ 75.850,00, seguida do marido, Cid Ferreira, que doou R$ 36.200,00. Já sua principal despesa foi com produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, que lhe levaram R$ 85 mil. Com materiais impressos, a candidata gastou R$ 58 mil.

O atual prefeito, Rui Sérgio Alves de Souza (PTC), que saiu da campanha com a terceira maior quantidade de votos, também foi quem mais financiou sua empreitada, mas com um valor bem inferior ao de seus adversários. Ele doou apenas R$ 28 mil, seguido de José Corsino, que contribuiu com R$ 20 mil e Dílson Carlos Pariz, que injetou R$ 19.999,93. Ainda de acordo com os números disponibilizados pelo TSE, a maior fatia das despesas do candidato do PTC foi com serviços prestados por terceiros, que lhe consumiram R$ 75 mil, seguidos de publicidade por materiais impressos, com R$ 69 mil.

Vereadores

Embora o prazo para prestação de contas dos candidatos a vereador também tenha sido encerrado na terça-feira, o site do TSE ainda não disponibilizou os números finais de receita e despesa dos que disputaram uma vaga no Poder Legislativo.
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Texto: Waldiclei Barboza / Foto: MARCO CHARNESKI

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