STF quebra sigilo bancário de Michel Saliba

Araucariense ganhou notoriedade advogando para políticos de todo o Brasil e é muito conhecido em Brasília. Na foto, por exemplo, ele aparece com Dilma Rousseff e Michel Temer
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Araucariense ganhou notoriedade advogando para políticos de todo o Brasil e é muito conhecido em Brasília. Na foto, por exemplo, ele aparece com Dilma Rousseff e Michel Temer
Araucariense ganhou notoriedade advogando para políticos de todo o
Brasil e é muito conhecido em Brasília.
Na foto, por exemplo, ele aparece com Dilma Rousseff e Michel Temer

O nome do advogado araucariense Michel Saliba ganhou os principais noticiários do país na semana passada após a divulgação de que seu sigilo bancário e fiscal foi quebrado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O acesso aos dados foi pedido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e servirão para subsidiar um dos inquéritos da operação Lava Jato.

A autorização para quebra dos sigilos de Michel foi dada pelo ministro Teori Zavascki no último dia 15 de outubro. O advogado já havia tido suas informações financeiras e patrimoniais acessadas pelo Supremo em maio, mas a nova decisão ampliou as consultas para todas as contas em seu nome no período compreendido entre 2009 e 2012.

Michel Saliba é advogado de seis políticos envolvidos na Lava Jato e se tornou alvo da investigação após o doleiro Alberto Youssef ter dito em sua delação premiada que o ex-de­putado João Pizzolatti (PP-SC), um dos clientes de Saliba, pediu para que uma parte da propina que receberia fosse direcionada para pagamento de seus advogados na esfera eleitoral e criminal. A suspeita do Ministério Público Federal é de que o pagamento ao advogado tenha servido para lavar o dinheiro oriundo do esquema de corrupção da Petrobras.

Questionado sobre o assunto, Michel Saliba disse à nossa reportagem que agiu dentro da mais estrita legalidade. “Agi dentro da mais estrita legalidade, como sempre fiz, não tenho nenhuma condenação ao longo de toda a minha vida, faço uma advocacia de coragem. Provavelmente devo estar incomodando alguém, mas como bebi da água do Iguaçu, do Barigui e do Passaúna, esses absurdos só me fortalecem, tenho couraça de jacaré e continuarei lutando pelo direito dos meus clientes”, comentou.

Ainda segundo ele, os valores que recebeu foram oriundos de serviços prestados, com contratos assinados, notas fiscais emitidas e tributos recolhidos. “O nosso sigilo foi quebrado em maio. Nada de anormal foi localizado. O que meu escritório recebeu, que teria sido depo­sitado por Rafael Ângulo, foi R$ 10 mil. Dinheiro este referente a reembolso de despesas da época em que eu era advogado do Partido Progressista (PP). Então, podem virar de ponta cabeça que não vão achar nada, o que recebi foi por dentro e pago pelo partido político a qual pertence o ex-deputado, com contratos assinados, notas emitidas e tributos recolhidos”.

Michel afirmou ainda que ele não é investigado pelo STF e que seu nome foi envolvido na história apenas porque atuou como advogado. Ele ainda disse que existe certo absurdo na leitura da situação. “O grande absurdo é o seguinte: os advogados dos delatores não precisam justificar a origem do dinheiro que os pagam, mesmo que seus clientes sejam réus confessos, e, portanto seus recursos produto dos crimes. Já nós, que advogamos para investigados que não delataram, estamos sendo submetidos à exposição de quebra de sigilo para saber a origem. Um absurdo! Quer dizer, se for assim, o médico, dentista, arquiteto, o dono do hotel, da loja de roupas, se tornarão detetives para saber a origem do dinheiro. Um absurdo”, finalizou.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: DIVULGAÇÃO

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