Prefeitura lança nova licitação para concessão do sistema TRIAR

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Prefeitura lança nova licitação para concessão do sistema TRIAR

Se tudo ocorrer conforme o planejado, em 23 de abril a Prefeitura abre a licitação para escolha das empresas que ficarão responsáveis pelos ônibus do Transporte Integrado de Araucária (Triar).

Essa é a terceira vez que o Município tenta licitar a concessão do transporte coletivo. A primeira tentativa ocorreu em 2019, mas discussões jurídicas e políticas impediram o término da concorrência. Em 2020 novo intento, mas – desta vez – a única empresa que participou do certame acabou oferecendo preço superior àquele que a Secretaria Municipal de Planejamento (SMPL), gestora do Triar, previu em edital.

As regras desse terceiro edital são essencialmente as mesmas dos anteriores, mas há adequações com relação aos valores que a Prefeitura está disposta a pagar pelo quilômetro rodado. A divisão por lotes foi outra mudança. Estava presente no primeiro edital, foi transformado em lote único no segundo e agora no terceiro reaparece.

Embora esteja dividido em três lotes, uma única empresa pode arrematá-los, caso ofereça o melhor preço por cada um deles. A Secretaria de Planejamento estimou o custo total do certame em R$ 517, 7 milhões ao longo de dez anos. Na prática, porém, esses valores ultrapassarão essa quantia quando se leva em conta reajustes anuais nos itens da planilha, eventual necessidade de aumento da frota, entre outros fatores que terão que ser levados em conta numa concessão de 10 anos.

Quilômetro rodado

Assim como já acontece atualmente, a forma proposta pela Prefeitura para remunerar quem vencer a licitação do transporte coletivo é o chamado quilômetro rodado. Por essa metodologia, há uma tabela com os custos de vários itens necessários para manter uma frota de ônibus rodando, desde recursos humanos, combustível, desgaste de peças, taxa de administração da empresa, entre outros. É o somatório desses itens que leva ao custo efetivo do quilômetro rodado. Definido o preço do km rodado, multiplica-se pela quilometragem que os ônibus rodaram ao longo do mês e a Prefeitura repassa essa quantia à empresa concessionária.

Para essa licitação, por exemplo, a Prefeitura fixou o preço do quilômetro rodado para o lote Norte em R$ 7,48. Para o lote Sul o valor é de R$ 6,97 e para o lote Norte-Sul R$ 7,85. É dentro desse preço que as interessadas em executar o serviço precisam trabalhar. Verificar em qual item é possível aplicar reduções e desta forma chegar à sua proposta no dia da abertura do certame.

A expectativa da Prefeitura é que as novas empresas assumam a concessão do transporte coletivo no final de julho de 2021. As vencedoras operarão, ao todo, um sistema que terá inicialmente 95 ônibus em sua frota, rodando mensalmente algo em torno de 510 mil quilômetros, divididos em 47 linhas alimentadoras da área urbana e rural da cidade. São transportados, em média, 1 milhão de passageiros por mês.

Só ônibus convencionais

Prefeitura lança nova licitação para concessão do sistema TRIAR

Entre as mudanças previstas nessa licitação é a opção do Município para que todos os ônibus sejam do tipo convencional. Deste modo, saem os poucos articulados que ainda estão em circulação. A decisão, segundo a Secretaria de Planejamento, não representará prejuízo aos passageiros. Isto porque será possível disponibilizar mais opções de horários, diminuindo o intervalo entre um ônibus e outro.

Os veículos dessa nova licitação terão que ter ainda motores de tecnologia “Euro 5”, ou superior, que são menos prejudiciais ao meio ambiente. Internamente, o veículo deverá comportar, no mínimo, 70 passageiros, possuindo ainda espaço para cadeirante, banco para obeso e elevador.

Detalhes de cada lote

Lote 01: compreendem as 26 linhas que alimentam a região “Norte” da cidade, definida pela área situada à esquerda da Rodovia do Xisto (BR-476, sentido Capital), com destino ao Terminal Central e Terminal Vila Angélica. Funcionará com, no mínimo, 36 veículos operantes e 4 reservas, 94 motoristas, 6 controladores de tráfego, 17 operadores de manutenção e 13 funcionários de higienização, gerando um total de 130 empregos;

Lote 02: compreendem as 18 linhas que alimentam a região “Sul” da cidade, definida pela área situada à direita da Rodovia do Xisto (BR-476, sentido capital), com destino ao Terminal Central de Araucária. Funcionará com, no mínimo, 28 veículos operantes e 3 reservas, 78 motoristas, 6 controladores de tráfego, 13 operadores de manutenção e 9 funcionários de higienização, gerando um total de 106 empregos.

Lote 03: compreendem as 3 linhas que operam entre os terminais Central e Angélica de Araucária, sendo que essas linhas transitam tanto na região Norte como na região Sul. Neste lote também foram incluídos os cobradores, controladores de tráfego e de acesso dos referidos terminais, isso para equilibrar os custos e remuneração entre lotes em razão do lote 03 possuir menos linhas a serem operadas. Funcionará com, no mínimo, 21 veículos operantes e 3 reservas, 59 motoristas, 15 cobradores, 14 controladores de tráfego, 10 operadores de manutenção e 7 funcionários de higienização, gerando um total de 105 empregos.

Benefícios continuam

Outro ponto que é importante que os moradores entendam é que a eventual mudança na prestadora do serviço de transporte coletivo não afetará em nada nos benefícios atualmente existentes em Araucária. Isto porque políticas públicas como tarifa reduzida, passagem gratuita para estudantes, integração temporal e passagem domingueira e todas as outras são bancadas com recursos oriundos dos cofres da Prefeitura e aquele valor arrecadado com o pagamento da tarifa. Ou seja, não é a concessionária quem decide sobre isso e sim o poder público. “As pessoas não precisam se preocupar que nada disso muda. Todos esses benefícios continuarão existindo”, finaliza Samuel.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1254 – 25/03/2021

Compartilhar
PUBLICIDADE