Talvez legal, mas imoral

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Houve um tempo em que eu ainda esperava dos sindicatos que representam o funcionalismo municipal de Araucária certa preocupação com a qualidade no serviço público oferecido aos moradores de nossa cidade. Hoje, porém, não creio nisso.

O que vemos em Araucária é um movimento sindical essencialmente preocupado em conseguir mais grana para seus associados. Prova disso é a pauta prioritária divulgada por essas entidades, tomada por pedidos salariais. Mas, precisamos reconhecer, é um direito deles em fazer tais pedidos. O que não me parece correto é, na hora de ir pra rua, tentar fazer parecer que a briga deles é por melhores condições para escolas, centros de saúde e outras repartições. Isso é uma mentira deslavada. É conversa pra boi dormir, utilizada por essas lideranças do quadro de funcionários única e exclusivamente na tentativa de atrair a simpatia da população para sua causa financeira.

Prezados leitores, infelizmente, a verdade é a seguinte: assim como parte dos nossos políticos não está nem aí para os reais interesses da sociedade, esses sindicatos também não estão. Pode estar faltando paracetamol no posto de saúde e merenda na escola, mas se essas entidades conseguirem uma graninha a mais no salário da classe, o pagamento de uma progressãozinha extra que seja na carreira, eles calam a boca e mandam o funcionalismo voltar rapidinho para os seus postos de trabalho. É uma constatação triste? Sim, é! Mas é a realidade.

Obviamente, não estou querendo dizer com isso que as pedidas desses sindicatos são necessariamente ilegais. Estou apenas dizendo que, em minha opinião, elas são imorais. E, mais, ultrajantes quando levamos em conta a qualidade do serviço público que nos é oferecida em algumas repartições desta cidade.

Do mesmo modo, é claro que o gestor também tem muita culpa de termos hoje um serviço público não condizente ao valor que ele nos custa. E não só este gestor que está aí. Todos os outros que vieram antes dele. Araucária nunca se preocupou em ter uma política séria de gestão de pessoas, que exigisse de seus funcionários compromisso com a prestação de trabalho de qualidade, capaz de ser medido pelo empregador e avaliado pela sociedade, a tão chamada meritocracia.

Se tivéssemos feito isso, tenho certeza, teríamos uma população muito mais satisfeita. Teríamos, do mesmo modo, muitos servidores mais felizes e melhor remunerados. Sim, porque temos grandes profissionais em nosso quadro funcional. Gente compromissada com o serviço público de qualidade, preocupada em prestar um excelente atendimento ao morador araucariense. Gente que, se a regra fosse a meritocracia, veria mensalmente seu esforço profissional sendo recompensado no contracheque.

Em contrapartida, se a regra fosse a meritocracia, também já teríamos conseguido extirpar do serviço público municipal, muito funcionário aí que não está nem um pouco preocupado em atender bem a população, verdadeiros gigolôs do serviço público, que não honram o concurso pelo qual passaram.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

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