Tempos diferentes

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As duas operações policiais que visitaram Araucária nesta terça-feira, 29 de setembro, devem servir como alerta para todos os 258 candidatos que colocaram seus nomes à disposição da coletividade araucariense nas eleições municipais deste ano. Qual alerta? O de que vivemos outros tempos.

O que isso quer dizer? Quer dizer que a administração pública nunca foi tão fiscalizada como é hoje. Quer dizer que o Ministério Público e outros órgãos de fiscalização nunca tiveram tanta independência como têm hoje. Quer dizer que as ferramentas para apurar eventuais ilícitos praticados contra o Erário nunca foram tão eficientes como são hoje. Quer dizer, por fim, que as possibilidades de se enriquecer às custas do suado dinheiro do contribuinte estão cada vez mais diminutas.

Não se está aqui, obviamente, a emitir juízo de valor acerca das acusações feitas pelo Ministério Público do Paraná e de São Paulo contra os alvos das operações desta semana. Pode ser que o MP tenha se equivocado. Mas pode ser também que não.

Mesmo assim é importante o alerta aos candidatos da vez. Já que, uma vez eleitos, eles deixam de ser pedra e passam a ser vitrine. Uma vez eleitos eles deixam a condição de simples cidadãos e passam a ser homens públicos. E, como se sabe, os atos praticados por homens públicos são de interesse coletivo.

E ser homem público é abdicar de boa parte sua privacidade. É entender que, muitas vezes, serão julgados pelo senso comum, podendo ser – inclusive – considerados culpados mesmo antes de terem a chance de se defender. Faz parte do jogo. Então, é importante que todos tenham essa consciência e a couraça para suportar o exercício da vida pública. Do contrário, o melhor é pedir pra sair logo. Ainda dá tempo! Pensemos todos nisso e boa leitura!

Publicado na edição 1232 – 01/10/2020

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