Uma oportunidade

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Muito tem se falado esta semana sobre o projeto de lei aprovado pela Câmara reajustando o salário dos vereadores a partir da próxima legislatura. Obviamente, a maioria dos comentários é de indignação. Afinal, o aumento é na casa dos 60%.

É preciso pontuar, no entanto, que a ideia inicial de alguns edis era um reajuste ainda maior. Na casa dos 110%. Um verdadeiro tapa na cara do cidadão trabalhador desta cidade.

Ao fazer o apontamento acima, não estamos querendo dizer que 110% era ruim, mas 60% é bom. Essa é uma análise que, no final das contas, cabe a cada eleitor fazer.

Tal análise, porém, para ser honesta, precisa levar em conta o caldo histórico da política araucariense. É fato que a classe não vive um bom momento. Aliás, os políticos não vivem um bom momento nem aqui e nem em lugar algum do país.

O último reajuste ao subsídio dos vereadores remonta à legislatura que se iniciou em 2009. Até então, o vencimento dos edis era de R$ 4.770. Aumentou-se para R$ 5.992,00 e lá se vão dez anos sem nenhum incremento.

Estranhamente, neste período todo, não vimos os edis reclamarem de que o salário era baixo. Veio a operação Fim de Feira em 2016 e a Sinecuras em 2018, parlamentares foram presos acusados de se apropriar de parte dos vencimentos de seus assessores. Nesta década sem reajuste, também vimos – em razão da forte atuação do Ministério Público – o Legislativo tendo que reduzir o número de assessores que tinham à sua disposição e o salário deles. Depois de todo esse revés que a classe política sofreu em Araucária, chegamos a 2019 e à conclusão dos atuais edis de que o subsídio que recebem é baixo. Pode ser só coincidência. Ou não.

De todo modo, é fato que bons salários atraem bons candidatos a qualquer vaga de emprego. E, por mais que alguns possam considerar a vereança uma vocação, é também um trabalho remunerado e, 2020, teremos eleição. Teremos 11 vagas com remuneração de quase R$ 10 mil mensais. Talvez possamos fazer do limão azedo de agora uma limonada no futuro. Pensemos nisso e boa leitura.

Publicado na edição 1192 – 05/12/2019

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