Vários candidatos, nenhum projeto

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Uma das particularidades da política araucariense é o fato de que, aqui, as eleições majoritárias parecem nunca acabar. Mal se conclui um pleito e o seguinte já vem à tona, seja pelas pendengas jurídicas do eleito, seja pela minúscula diferença entre o que vence e o que perde.

Infelizmente, no entanto, o fato de estarmos em pré-campanha eleitoral constantemente não faz com que aprimoremos programas de governo decentes para a cidade. Perde-se tempo com promessas mesquinhas para conquistar este ou aquele eleitor, essa ou aquela categoria, sempre em detrimento de um projeto de desenvolvimento consistente para Araucária.

Agora, por exemplo, às vésperas do início oficial de mais uma campanha eleitoral, já conhecemos vários postulantes ao cargo máximo da política local. Alguns deles, aliás, já vinham sendo mostrados como candidatos há mais de dois anos. Todos, porém, não têm planos de como administrar esta cidade. Obviamente, se questionados a respeito, eles negarão. Dirão que, sim, esses projetos de governo existem. Mas tudo não passará de balela. Outros, mais hipócritas, virão com aquela conversinha fiada de que o plano é “governar para o povo”.

E é justamente esta falta de planejamento público dos nossos políticos que levou Araucária a situação em que se encontra agora: rica financeiramente, mas ridícula no que diz respeito ao desenvolvimento social e econômico de parcela significativa de sua população, isso para usarmos apenas uma expressão mais abrangente.

Aposto com quem quiser que seja que quase a totalidade dos que se propõem a governar a cidade a partir de 2017 sabem realmente qual é a Araucária da atualidade, a Araucária fria dos números. Por consequência, se não conhecem o terreno em qual vão pisar, como poderão se propor a resolver os problemas do Município?
A administração pública atual é bem mais complexa daquela de alguns anos atrás. É extremamente mais difícil de gestar do que uma empresa privada, seja ela pequena, média ou grande. E é por conta destas particularidades do ente governamental que fico estarrecido em ver alguns por aí se propondo a ser o comandante mor da cidade sem conhecer de fato a realidade do Município, sem entender que à frente de uma Prefeitura não se faz o que quer, se faz apenas aquilo que um arcabouço gigantesco de leis permite.

Essa arrogância eleitoral, aliás, vem derrubando gestores nesta cidade já há algumas décadas. Houve aquele que outrora se considerava invencível, praticamente um mito, mas que caiu. Houve também o que era visto como um homem que olhava a frente de seu tempo, mas que submetido a legislação pós-redemocratização fracassou e, mais recentemente, vimos também o próprio atual prefeito caindo na armadilha de fazer centenas de promessas, muitas delas sem necessidade alguma e, ao assumir, constatar que não havia como cumprir nem um terço delas.

E, mesmo com todos estes exemplos de líderes políticos locais que tiveram e estão tendo seus nomes reduzidos a quase um palavrão, a um sinônimo de mau agouro, os que se propõe a assumir a cidade seguem cometendo o mesmo erro. Uma pena para eles, uma pena para nós!

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br! Até uma próxima!

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