Vestibular de inverno da Facear acabou dando chabu

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Controvérsia provoca confusão no curso de Direito
Controvérsia provoca confusão no curso de Direito

Uma controvérsia envolvendo o vestibular de inverno da Faculdade Educacional de Araucária – Facear, realizado em junho, provocou uma grande confusão entre a ins­tituição e os candidatos ao curso de Direito. O processo de seleção de novos estudantes teve 17 alunos interessados, número que, segundo a faculdade, não seria suficiente para montar uma turma de primeiro período.

Até aí tudo bem! O problema é que os alunos fizeram a matrícula, imaginando que iriam começar o curso no primeiro período. “Quando fizemos a matrícula assinamos uma grade onde cons­tavam as matérias do primeiro período. As aulas começaram e, a todo momento, os professores citavam as matérias do 1º período, o que nos causou estranheza”, afirmaram os alunos Mirelle Cantelle e Alison Fabianski.

Eles afirmam que as primeiras reclamações começaram a surgir de fato quando a faculdade cogitou abrir aulas aos sábados e sextas-feiras à noite (as aulas dos demais alunos são de segunda à quinta, sexta é semipresencial). “É claro que isso iria prejudicar exclusivamente essa turma, uma vez que as outras não possuem aula nesse dia. Reunimos os 17 alunos e procuramos a coordenação, pedindo que criassem uma turma de primeiro período, como havia sido contratado. A resposta foi a seguinte: Ou continuava da maneira que estava, ou eles deveriam trancar e teriam o valor pago ressarcido”, contam os alunos.

Pedindo apoio

Os alunos procuraram o Diretório Acadêmico para que este interviesse junto à diretoria da Facear. Rone Prudente, presidente do órgão, esclareceu que a revolta dos alunos faz sentido porque eles acreditam que compraram um produto com propaganda enganosa. Isso porque só ficaram sabendo que iriam cursar o segundo período antes do primeiro, quando as aulas iniciaram. “Não faz sentido a proposta da faculdade, pois os acadêmicos teriam que ver matérias mais avançadas, que não condizem com o conteúdo pedagógico do curso, ou seja, é preciso respeitar a ordem das matérias sequenciais, por exemplo, o Direito Civil, o correto é ver o 1, e respeitar a sequência até o módulo 7”, explicou.

Rone disse ainda que os alunos se reuniram com a coordenadoria do curso e que a conversa teria sido meio ríspida, não teve acordo. “Os alunos se sentiram ofendidos, alguns foram obrigados a concordar com a proposta porque não queriam perder um semestre de curso e outros porque são bolsistas. Não conseguimos conversar diretamente com a diretoria da faculdade, mas sabemos que a grande maioria cancelou e pretende entrar com ações judiciais, acusando a instituição de vender um produto que não foi ofertado”, acrescentou.

Ele lembrou ainda que o problema de não fechar turma e fazer a proposta de que os alunos comecem o curso numa turma mais avançada já ocorreu em outros vestibulares da Facear e em outros cursos. “Acredito que a instituição deveria se preocupar mais em melhorar a qualidade do ensino ofertado e não apenas visar o lucro. É claro que uma turma nova, com apenas 17 alunos, não seria vantajoso para eles. Enquanto órgão que re­presenta os alunos, só nos resta enviar um ofício para a direção da faculdade solicitando explicações mais contundentes”, rei­terou Rone.

Para a direção, não houve confusão

O diretor geral da Facear, Murilo Martins de Andrade, disse que o processo transcorreu normalmente. Confirmou que não seria possível abrir uma turma com apenas 17 alunos, por isso eles teriam sido alocados em turmas já existentes. “Isso acontece em vários cursos, não apenas em Direito, mas sempre chamamos os alunos e damos três opções: iniciar o curso imediatamente em outras turmas, sem ter que aguardar um semestre parado; trancar para começar no início do ano ou ainda receber o dinheiro de volta”, pontuou Murilo.

O diretor explicou também que caso optassem em iniciar o curso agora, os alunos só fariam as matérias que não são pré-requisitos, não seria da forma como estão falando, cursar o módulo 2 e depois ir pro 1. “Eles ainda teriam a opção de fazer parte do curso semi-presencial, o que lhes daria a chance de concluir toda a grade em 4 anos e meio. Não sei porque estão fazendo esta confusão, foram pouquíssimos que discordaram e desistiram, a maioria já está cursando. Não obrigamos ninguém a aceitar nossa proposta. É importante lembrar ainda que muitas faculdades estão fazendo isso, optaram em não abrir turmas no meio do ano e isso é permitido pelo MEC, inclusive está previsto no edital do vestibular. A medida se justifica ainda pela crise em que estamos vivendo”, esclareceu Murilo.

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Everson Santos

Compartilhar
PUBLICIDADE