Voto levado

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No domingo, 4 de outubro, pudemos ver um interessante experimento no exercício da cidadania. Foi dia de escolher os novos integrantes do Conselho Tutelar. Ao contrário das eleições gerais, nesta ninguém era obrigado a ir votar. Embora seja de extrema importância que o órgão que vai defender a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente seja composto por pessoas qualificadas e que estão ali, mais do que pelo salário, mas por entenderem sua responsabilidade, quem não quisesse não precisava votar e não sofreria nenhum tipo de sanção. Aí começa a parte interessante da coisa.

Quando se coloca liberdade no processo, não só da escolha secreta do candidato, mas também a opção de não querer escolher, pelo menos em tese, quem se dispuser ao trabalho de sair de casa num domingo para votar pressupõe que saiba o que está fazendo e, mais, está fazendo unicamente por opção própria. Certo? O que se viu durante o dia e na apuração diz que essa afirmação não é de todo certa.

Se você foi votar voluntariamente não parece fazer sentido ter voto em branco. Voto nulo até dá, porque o eleitor pode acabar rasurando. Mas branco? Só em uma urna havia dez.

O que ficou claro é que o tal exercício de cidadania ficou comprometido pela forte atuação dos vereadores que, querendo mostrar força para a comunidade “ajudando” seu candidato afilhado, fizeram uma correria sem fim para buscar lá em seus currais eleitorais, pessoas com os títulos na mão para fazer número na urna. Teve gente que veio de cara amarrada.

Isso é de fazer pensar se nosso sistema eleitoral, agora falando das eleições gerais, está mesmo adequado à nossa cultura. Em outros países o voto é facultativo e lá, garantem, o resultado é uma eleição de candidatos com mais qualidade. Aqui o medo é que vire uma bagunça.

De qualquer forma, o que fica disso tudo é que ainda precisamos aprender muito sobre o verdadeiro, honesto e corajoso exercício da cidadania. Pense nisso e boa leitura.

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